BEM-VINDOS

Obrigado pela sua chegada; não se esqueça que é de AMOR AGAPIANO* que essencialmento poeto, também erótico quando a propósito de algumas circunstâncias episódicas nas mais diversas proporções. Como estou avança(n)do no tempo, não se escandalize, porque o que é preciso erradicar do Mundo é o preconceito secular, topo onde está preponderantemente a regressão da Humanidade neste percurso da condição humana, nem sempre adequada ao futurecer* do Homem, albergado corporalmente neste Planeta, sem saber com precisão, na generalidade, onde está a sua/nossa Alma. [ Obs. os astericos* assinalam dois neologismos da nossa Língua ].

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quinta-feira, 27 de novembro de 2008

O Escorregão - Daniel Cristal



Vamos ao escorregão
Que existe junto à praia
Levo o Lourenço pla mão
Pra que na via não caia

Dois anos é muito pouco
No neto que é menino
O avô seria louco
Se o deixasse sozinho

O escorregão está no barco
É uma pista inclinada
A proa feita num arco
A torre-vigia sem nada

De buraco em buraco
Descobre o Lourenço o barco
O mastro é igual a um taco
A vela um lenço parco

A proa é igual à ré
A chaminé não tem fumo
Tem cata-vento na fé
De encontrar melhor rumo

Escorrega no navio
Agita toda a alegria 
Não há mar nem mesmo rio
Há vento sem ventania

Vai e vem - sobe e desce
Repete cem vezes a ida
Na queda eu sei que cresce
Também cresce na subida

Atroa no vozeirão
Quando grita pelo mar
Vai e vem no escorregão
Duma alegria sem par

E eu fico a observá-lo
Já fui menino assim
Já vivi nesse abalo
Nessa alegria sem fim

Enquanto sobe prá luta
No escorregão desta vida
O avô degusta a fruta
Da geração já vivida.



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