Emergiste bela musa do salgado mar,
amazona de outrora recordando o trilho
do Sol-rei reflectido e a espelhar
esses longos cabelos de sedoso brilho!
Tremia em ti a pele nas gotas de sal
teu rosto e ombros poliam cristais
teus seios luziam de creme animal
e tuas coxas coloriam rosados vitrais.
Na minha direcção, vinhas... Estava morno...
teus pés olhei melhor... não eram de sereia!
No meio das dunas rodeado de estorno,
aguardei-te deitado em cima da areia.
A ostentação tua era a minha sedução
e ao pisares areia, teus seios descompassavam
os ritmos certos do meu coração!
Já muito perto de mim, sorri por não seres ninfa...
tinhas poros húmidos que fremiam
o fervente vértice da linfa...
Cantámos então árias na comum ondulação...
Eu era o náufrago das dunas solitárias
e tu a jangada da nossa salvação...
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