BEM-VINDOS

Obrigado pela sua chegada; não se esqueça que é de AMOR AGAPIANO* que essencialmento poeto, também erótico quando a propósito de algumas circunstâncias episódicas nas mais diversas proporções. Como estou avança(n)do no tempo, não se escandalize, porque o que é preciso erradicar do Mundo é o preconceito secular, topo onde está preponderantemente a regressão da Humanidade neste percurso da condição humana, nem sempre adequada ao futurecer* do Homem, albergado corporalmente neste Planeta, sem saber com precisão, na generalidade, onde está a sua/nossa Alma. [ Obs. os astericos* assinalam dois neologismos da nossa Língua ].

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sábado, 6 de junho de 2009

Há Uma Pítia Ciciando - Daniel Cristal


Há uma pítia ciciando: De vez em quando, recebo do fundo da terra sinais, que não são mais do que mensagens estranhas, pela originalidade, e verbalizo-as, recorrendo às alturas celestes e celestiais. Algumas chegam em surdina, um acorde ressonante de vozes sibilinas, outras um vozeirão que incomoda os tímpanos, e com dificuldade as interpreto e amacio. Se as que são agradáveis, são fáceis de verbalizar, e delas me faço fiel intérprete, as outras precisam de muito trabalho e suor para serem entendidas e aperfeiçoadas. São as primeiras, a parte mais bela da Poesia; essa que sujeita à perfídia e à aleivosia, vos deixo como testemunho. Todavia, quando vou ao ribeiro do Juncal, minha catedral, olho o açude que o retém diminuindo o volume da enxurrada, as águas, com a finalidade de me poder servir delas. Nessas ocasiões, interrogo o caudal; e, destarte, pergunto se me está destinada alguma tarefa especial para estancar o vozeirão, e o seu cachoar sugere, como se de uma pítia, se tratasse: o que está escrito, está, e nada o altera. Todo o ser tem um destino a cumprir. O teu pode não ser o mais fácil, pode até ser a amargura no mais profundo significado do sentimento contido, sujeita a todos os vilipêndios e traições, mas não hesites em cumprir a tua missão até ao fim. O meu caudal também ninguém o sustém ou pára. E nem tu, com a madriga consegues sustê-lo, pois o meu destino é o mar. Só o mar o acolhe; é ele o que absorve o meu destino, e o recebe na abundância; e, pela razão de que é grande, aceita toda a dor, e paga a dor com a tranquilidade final. Contudo, não esqueças, o mesmo mar agita-se de quando em vez com a má formação e a imperfeição da crosta terrestre, e castiga-a com maremotos, os quais vitimam indiscriminada, e aleatoriamente, os seus habitantes usufrutuários. E concluo, no fundo, tudo é precário com um destino implacável a cumprir, e tem de ser cumprido... Todos se cumprirão na morte e na transformação. Pois, de tudo isso, resulta que Deus está de fora e ao lado dessas vicissitudes. Ele está, isso sim, dentro de nós, se O soubermos fazer diariamente no Seu cumprimento mais puro.

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