BEM-VINDOS

Obrigado pela sua chegada; não se esqueça que é de AMOR AGAPIANO* que essencialmento poeto, também erótico quando a propósito de algumas circunstâncias episódicas nas mais diversas proporções. Como estou avança(n)do no tempo, não se escandalize, porque o que é preciso erradicar do Mundo é o preconceito secular, topo onde está preponderantemente a regressão da Humanidade neste percurso da condição humana, nem sempre adequada ao futurecer* do Homem, albergado corporalmente neste Planeta, sem saber com precisão, na generalidade, onde está a sua/nossa Alma. [ Obs. os astericos* assinalam dois neologismos da nossa Língua ].

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quinta-feira, 29 de abril de 2010

Um Caleidoscópio Sensacional - Daniel Cristal


Ir ao fundo do rio ou do mar, não é novidade para ninguém. Mas não venha logo ao de cima, e observe por um minuto (um minuto só, na vida de um nómada, pode ser uma infinidade), as margens, as dunas, os prados e os montes, ainda dentro dele; eles não serão obviamente os mesmos da focagem costumeira, porém serão muito mais magníficos pela novidade. Pela imprevisão. Pela deformação. Obriga-nos a outras sensações visuais inusitadas.
Em vez da variedade nas mudanças que podem espicaçar a sua insatisfação pela monotonia e pela sensaboria da vida em que mergulhou, varie o seu modo de perspectiva sensória ao ver as coisas que o desacalantam, senão também vai andar de desalento em frustração até atingir o estado de maturidade absoluto, não sendo este resultado, o definitivo, certo, nem programável.
Olhar sem perspectiva é enfadonho, e com ela é magnífico. Simultaneamente, sem uma lente de aumento, o mundo tem pouca graça. Com esta, dilata-se o objectivo, estendendo-o até à graduação necessariamente ajustada às faculdades conseguidas pela interpretação da vida neste mundo. De maneira que antes das aventuras vivenciais com sentido aleatório, na busca de novas sensações que podem ser também repetitivas e enganadoras, suspenda o movimento errático e exercite a noção de perspectiva e de gradação ocular, não descurando ainda o som, o cheiro e a cor. O tacto só vem no final, porque ele age por atracção do desejo, reunidos (quando estiverem)
todos esses condicionalismos. Só se apalpa a matéria quando os outros sentidos estão prenhes. No ideário que proponho, admite-se a imersão e a observação micro e telescópica. A imersão permite ver o mundo por outro prisma, e torná-lo oblíquo, aquilatando-o pela máxima gradação possível no sentido ascendente e descendente. Lateralmente também.
Fuja por este processo, à banalidade com que o observamos todos os dias. Recrie e recreie. A partir daí passe a deformá-lo, que se sentirá melhor. Passe a vê-lo dentro da água na borda de todos os limites. Reinventará o que antes era vulgarizado. Debaixo de água o mundo é mais bonito pela imprevisão ou novidade. Não que seja mais belo, porque este é um todo, mas só nos termos descritos. Dispensamos até o arco-íris (sem nunca o desvalorizar), pois os peixes incorporam neles a sua cor. Todavia, ao interseccionar pela secante, na sua borda, a linearidade curva-se na trajectória. E é por isso que a surpresa e o pasmo se intensificam. Vale a pena então observá-lo com as lentes de aumento e de diminuição. Nunca mais será igual. Logo que este exercício seja apreendido e faça parte da sua vivência cotidiana, anteponha lentes de várias gradações aos seus olhos e pratique o exercício como uma regra primordial. Traga o mundo micro para o macro e vice-versa. O que é enorme, veja-o pequeno, e o que é minúsculo ajuste-o à sua medida. O mundo começa a ser a maravilha de um caleidoscópio multissensório. E a razão ilumina-se prenhe de sentidos...

5 comentários:

KrystalDiVerso disse...

Não me parece que um efeito LSD oriundo de searas de centeio aquático sobre a mente submersa dos afogadinhos, consiga efeitos claros de novas perspectivas cristalinas!... Uma pedrada valente provocada por flutuações alucinogénicas no interior de um cachimbo de água até pode vender sensações ondulantes de fugas entre oásis e lençóis debruados a contos de mil e uma noites, todavia, quando o fumo se dissipa, o raio da areia encrava a engrenagem, revelando uma nova sensação de escorridas algas entre pernas!... Alguém brincou com a natureza dos curiosos e decidiu trasfegar uma incalculável porção de aquário natural para dentro de um hipnótico "goza" plantado no Saara dos "vistas-curtas"!... As miragens são paraísos de quanta água há em nossos olhos. Há castelos de areia afogando-se no fundo do mar e é preciso salvar os peixes de quanta água os aflige; não morrerão de sede mas serão bem capazes de beber oceanos de liberdade e escamar-se em ângulos de visão bem mais diversos do que um simples olhar flutuante e avesso a banhos de novos conhecimentos e variações!
De perto, bem próximo da alteração das formas, todas as formas são perfeitas na deformação rasgada por qualquer movimento, por mais insignificante que seja!... À beira terra prepara-se a caça ás sereias que cantam entre visões insolentes!......;))))



Muito boa a indirecta!...




Abraço

Anónimo disse...

O comentário de KristalDiVerso não é um comentário mas a construção de um texto que tenta plagiar as estratégias que asseguram a originalidade do “Caleidoscópio”, de Daniel Cristal.
Não se entende a intenção da introdução do LSD na história e das achegas pretensamente eróticas.
Por outro lado, enquanto no primeiro texto se percebe a linha de pensamento do Autor, no segundo a baralhação é completa.
Reconheço a riqueza vocabular (do segundo) – mas tendo em vista que pretensão?!...

KrystalDiVerso disse...

Desculpe, caro anónimo, mas voc~e não parece ter percebido a linha de pensamento do texto de daniel Cristal. Mesmo que fosse você a escrevê-lo!... Parece que não entendeu a "achega". Talvez uma questão de interpretação ou falta dela.

;)



Bom fim de semana também para você



Escolha entre... beijos e abraços

Daniel Cristal disse...

A intervenção do artista poeta e prosador Krystaldiverso, efectivamente, e é um privilégio para mim dizê-lo, é a prova evidente de que segue atentamente não só o m/ blogue como várias outras minhas publicações.
Por me seguir tão estreitamente é porque gosta do que lê e inspira-se na m/ poesia (e alguma prosa como foi este o caso) para descer também às profundezas dos oceanos. Um novo Neptuno, ou uma ida ao fundo dos infernos como Orfeu fez para salvar a sua amada Euridice com todas aquelas peripécias malogradas, qual será o caso?
Estou estupefacto, mas também satisfeito pela sua admiração que dedica ao m/ blogue... Verdade, alentou-me quando hoje visitei o seu blogue de poesia, [ http://krystaldiverso.blogspot.com/ ] e encontrei em posição destacada (logo no 1º lugar) a ligação directa para o meu blogue com o título DIVERSOS CAMINHOS DE KRYSTAL, assim enumerados:

A.Figueiredo-Poesia
Epee
NimbyPolis
Poeta eu Sou
Porosidade Etérea

Pois, apesar das sugestões que o seu comentário acima editado implicam com esse LSD que não uso - mas se usasse não vejo nenhum crime nos que o fazem - porque dele - LSD - não necessito de drogas para escrever [ houve vários artistas (escritores e poetas, músicos e pintores) que procuraram inspiração mediante o uso e abuso de drogas (lembrem-se particularmente dos surrealistas, mas não só - fez e faz parte de uma estratégia comum desde há séculos - Cervantes, Camilo Castelo Branco, Camilo Pessanha, Lord Byron, Rimbaud, Verlaine, Mário Cesariny, Salvador Dali e quantos que nem sabemos - o próprio Shakespeare foi alvo de uma investigação para se saber se se drogava domo meio de inspiração, e descobriram haxixe nos resíduos do seu cachimbo que escândalo foi !!! - talvez seja esse o mote da sua recorrência por eu ter falado em cachimbo] . Usar alucinogéneos para a criação artística, e sobre isto ainda há que referir que outros usaram o álcool vínico, o absinto, grandes doses de cafeína, não é novidade nem na actualidade motivo de escândalo. E muito embora a referência pudesse ser evitada por levantar suspeitas e más interpretações, tenho a agradecer a sua companhia muito próxima ou -diria mesmo - ao meu lado nos Caminhos De C(K)ristal.
Enaltece-me sem dúvida e só lhe agradeço essa sua benquerença.
O comentário do/a anónimo/a referiu-se também a uma velada acusação alucinante da sua parte, mas de facto à primeira leitura é essa a impressão natural que causa, e ela interpretou o que parece muito natural na alusão.
Segue de facto no seu discurso o meu texto, dá-lhe retoques pessoalíssimos, o que demonstra que da sua parte que há por aí uma enorme fonte de criatividade.
E para finalizar, e só por curiosidade´: V/c não é aquele que conheço do Facebook e me desafiou para poetar sobre as suas fotos? Desafio que aceitei, mas ainda não cumpri, peço desculpa. Ou é aquele que eu confundi erradamente com o poeta companheiro Manuel António Pina?
Olhe, li o seu blogue de prosa [ http://krystaldiprosa.blogspot.com/ ] e gostei muito, parabéns! Até à próxima me despeço, com amor,
Armando Figueiredo (Daniel Cristal)
01 de Maio de 2010

Anónimo disse...

Caro KristalDiVerso, o seu discurso continua a baralhar-me (desculpe a minha estupidez!!!).
Então acha que eu poderia ter escrito o texto de Daniel Cristal?! Agora digo eu: “Parece-me que não entendeu a (minha) achega – uma questão de interpretação ou falta dela?”
Aliás, deixe-me lembrar-lhe que tem toda a liberdade para discordar das opiniões alheias (a minha incluída, claro), mas avaliá-las, desmerecendo a inteligência de quem opina, é uma atitude de ridícula arrogância intelectual.
Sem pretender, de todo, ser moralista, desejo-lho, também, um simpático fim-de-semana.