BEM-VINDOS

Obrigado pela sua chegada; não se esqueça que é de AMOR AGAPIANO* que essencialmento poeto, também erótico quando a propósito de algumas circunstâncias episódicas nas mais diversas proporções. Como estou avança(n)do no tempo, não se escandalize, porque o que é preciso erradicar do Mundo é o preconceito secular, topo onde está preponderantemente a regressão da Humanidade neste percurso da condição humana, nem sempre adequada ao futurecer* do Homem, albergado corporalmente neste Planeta, sem saber com precisão, na generalidade, onde está a sua/nossa Alma. [ Obs. os astericos* assinalam dois neologismos da nossa Língua ].

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quarta-feira, 12 de maio de 2010

Um 2010 Acusador - Armando Figueiredo


Nestes tempos de descalabro financeiro que acarreta o desmoronamento da Economia global, o medo apodera-se da sociedade ocidental e esquecem-se reflexões, deduções, desenvolvimentos psíquicos e sociais, em que desde há mais de duas décadas tínhamos vindo teoricamente a acreditar como probabilidades consistentes. Pelos vistos, o homem não abarca nem grande nem consistente memória; esta, ao contrário, é no tempo actual, pior do que há meio século atrás. Não dura mesmo mais do uma tempo muito curto.
 
Acreditámos que a revolução tecnológica viria trazer a este mundo um progresso espiritual e material à sociedade ocidental nunca dantes conseguido. A revolução industrial com os seus avanços experimentados à custa de reivindicações das classes trabalhadoras,  apoiadas pelos ideólogos, sindicalistas e políticos, foi perspectivando uma sociedade mais próspera e justa. Mas essa revolução tecnológica prometia outros avanços muito mais alargados, e não só qualitativos, como também quantitativos. A robotização até propiciava a que os trabalhadores trabalhassen em suas próprias casas e aí colaborassem para melhorar a sua vida pessoal e social, ou seja para melhorarem em suma a sociedade onde estamos todos integrados, divididos em nações ou comunidades mais ou menos vastas. Claro que para atingir tal estado, as organizações políticas teriam de saber repartir o que face a essa tecnologia de ponta houvesse necessidade de repartir: isto é, a política deveria saber calcular a dimensão dos impostos de modo a que cada cidadão pudesse receber uma retribuição susceptível de assegurar as necessidades básicas, e algumas outras exigidas pela existência de uma vida que excluísse o medo do futuro.
 
Esperava-se isso, mas nada disto aconteceu. Aconteceu, ao contrário a desenfreada caça ao lucro que só aproveitou aos detentores dos meios de produção. Estes sugavam e sugam todo o lucro que é gerado, dissimula perdas onde há ganhos, usam da astúcia e da esperteza enganosa para adquirirem bens para enriquecimento pessoal desmedido e incontrolado.
 
Os governos acreditaram na inevitabilidade da ganância e a ela se aliaram para que pudessem usufruir da troca de favores entre poderosos, e A FINANÇA foi assim implacavelmente dominando tudo e todos, na certeza de que as elites plutocráticas constituídas, fossem um mundo à parte toleradas pela maioria dos pensadores medianos do nosso tempo.
 
Todo esse mundo acabou. Ele está, no máximo tolerado, próximo do seu estertor. Os poderosos remeteram-se ao seu tradicional isolamento e mutismo manhoso, e procuram que toda a sociedade se habitue ao crónico estado de abandono pela luta de causas humanitárias e edificadoras dum mundo novo, e segue de derrota em derrota à espera que tudo desabe para que tudo recomece com a mesma mentalidade secular. A  esperteza do vilão, do saqueador, é, e há-de ser sempre, o explorador da maior parte da Humanidade.
 
Os paradigmas culturais tradicionais levam ao crónico mau funcionamento da Economia, e esta sempre funcionou na obediência à exploração da força do trabalho, e de vez em quando produz crises, na certeza de que os trabalhadores são formigas que acumulam o mel das empresas, mas os seus detentores são os únicos que usufruem das mais valias e dos lucros desmedidos, e especialmente quando por cima de todos as cigarras (que no colectivo é o mesmo que A FINANÇA) encantam com a sua linguagem criativa, mas enganadora, os cidadãos; os empreendedores  ajoelham-se ao poder do dinheiro para dela receberem algumas sobras na forma de crédito com juros mais ou menos especulativos. E os políticos, os políticos, enfim, pensam no seu presente e no seu futuro à espera de todas as benesses. Este 2009 vai ser propício a muitas e justas acusações, e o seu final vai ser seguido com muita curiosidade de forma a melhorar uma sabedoria política e sociológica generalizada que ainda vai no adro da igreja. Os que no seu seio deste descalabro têm o rabo entalado desejarão que o ano passe depressa. E os conscientes da situação quererão que haja mudanças, ou seja, muitas rápidas alterações mutativas da cultura dominante, traduzidas em mudanças políticas de relevo para que surja o despertar dum novo Humanismo.

1 comentário:

vanda f. disse...

Viva,
felizmente existem pessoas como o Armando: conscientes, atentas.
bem haja

vanda f.
http://lugardepartilhaedso.blogspot.com