O Poeta finge a Poesia numa obra,
e finge tanto que imagina ser
o próprio fingimento, pois desdobra
o puro sentimento em parecer !
E, o que parece, é, como a mulher
que, casada com César, não se freia,
e na orgia báquica não finge o que é:
Pompeia condenada por Boa Deia.
De facto ao Poeta nada é proibido:
a permissão da emoção no som
da imaginação, fá-lo querido...
Poeta condenado ao bom tom,
endeusado na obra com sentido,
é digno do ofício com seu dom !