BEM-VINDOS

Obrigado pela sua chegada; não se esqueça que é de AMOR AGAPIANO* que essencialmento poeto, também erótico quando a propósito de algumas circunstâncias episódicas nas mais diversas proporções. Como estou avança(n)do no tempo, não se escandalize, porque o que é preciso erradicar do Mundo é o preconceito secular, topo onde está preponderantemente a regressão da Humanidade neste percurso da condição humana, nem sempre adequada ao futurecer* do Homem, albergado corporalmente neste Planeta, sem saber com precisão, na generalidade, onde está a sua/nossa Alma. [ Obs. os astericos* assinalam dois neologismos da nossa Língua ].

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terça-feira, 24 de agosto de 2010

Fernando Pessoa - Daniel Cristal


O Poeta finge a Poesia numa obra,
e finge tanto que imagina ser
o próprio fingimento, pois desdobra
o puro sentimento em parecer !

E, o que parece, é, como a mulher
que, casada com César, não se freia,
e na orgia báquica não finge o que é:
Pompeia condenada por Boa Deia.

De facto ao Poeta nada é proibido:
a permissão da emoção no som
da imaginação, fá-lo querido...

Poeta condenado ao bom tom,
endeusado na obra com sentido,
é digno do ofício com seu dom !

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Perdurar na Divindade - Daniel Cristal

 
É na fusão do amor entre dois seres humanos
Que a divindade é atingida e perdura
Enquanto for intenso o carinho e a ternura
Durante os longos dias vividos sempre ufanos
 
Fruídos nas Arte e Amor  sem pressa nem urgência
Vividos um a um na fruição do corpo
E no usufruto da alma - belo jardim ou horto
Que outrora foi selvagem hoje cheio de ciência
 
Uma ciência que nos leva à origem
Entre o macho e a fêmea - a cópula etérea
Fundindo a psique com o sema da matéria
 
Tanto basta fundir o todo hoje virgem
Nem sempre sendo o original o que é primeiro
Pois pode ser mais verdadeiro o derradeiro.

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Quando morre um Poeta - Daniel Cristal


Quando morre um poeta, o planeta
sofre o abalo da lava encarnada; 
uma voz é calada e o alfabeto 
fica sem uma letra precisada.

Quando morre um poeta, não é só
o arcano que morre, é também
uma estrela que cai ficando pó,
a chorar como um filho por sua mãe.

Quando um poeta morre, há uma gota
que vem do mar, salgada com o sal
de sangue muito rubro, a linha rota

da colcha que foi bela sem igual.
Quando morre um poeta, o meu olhar
afunda-se na água desse mar.