BEM-VINDOS

Obrigado pela sua chegada; não se esqueça que é de AMOR AGAPIANO* que essencialmento poeto, também erótico quando a propósito de algumas circunstâncias episódicas nas mais diversas proporções. Como estou avança(n)do no tempo, não se escandalize, porque o que é preciso erradicar do Mundo é o preconceito secular, topo onde está preponderantemente a regressão da Humanidade neste percurso da condição humana, nem sempre adequada ao futurecer* do Homem, albergado corporalmente neste Planeta, sem saber com precisão, na generalidade, onde está a sua/nossa Alma. [ Obs. os astericos* assinalam dois neologismos da nossa Língua ].

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terça-feira, 24 de agosto de 2010

Fernando Pessoa - Daniel Cristal


O Poeta finge a Poesia numa obra,
e finge tanto que imagina ser
o próprio fingimento, pois desdobra
o puro sentimento em parecer !

E, o que parece, é, como a mulher
que, casada com César, não se freia,
e na orgia báquica não finge o que é:
Pompeia condenada por Boa Deia.

De facto ao Poeta nada é proibido:
a permissão da emoção no som
da imaginação, fá-lo querido...

Poeta condenado ao bom tom,
endeusado na obra com sentido,
é digno do ofício com seu dom !

3 comentários:

Maria disse...

“Glosar” Fernando Pessoa – mais concretamente o tema do fingimento poético, ou o poema “Autopsicografia” – é uma ousadia não sei se alguma vez tentada por outro poeta, mas bem-haja, Daniel Cristal, por a ter levado avante pois o resultado é irrepreensível.
De facto, a leitura deste poema eleva-nos aos cumes do prazer estético - o que só as grandes, mas raras, obras proporcionam.
Parabéns!

carlos pereira disse...

Caro Daniel;

Mais um enorme soneto, revestido de uma beleza poética igualmente enorme, só ao alcance dos maiores.
Um abraço.

Menina Marota disse...

Um Soneto que provavelmente Fernando Pessoa teria gostado!