BEM-VINDOS

Obrigado pela sua chegada; não se esqueça que é de AMOR AGAPIANO* que essencialmento poeto, também erótico quando a propósito de algumas circunstâncias episódicas nas mais diversas proporções. Como estou avança(n)do no tempo, não se escandalize, porque o que é preciso erradicar do Mundo é o preconceito secular, topo onde está preponderantemente a regressão da Humanidade neste percurso da condição humana, nem sempre adequada ao futurecer* do Homem, albergado corporalmente neste Planeta, sem saber com precisão, na generalidade, onde está a sua/nossa Alma. [ Obs. os astericos* assinalam dois neologismos da nossa Língua ].

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quarta-feira, 29 de junho de 2011

Amores Sublimes: Pedro e Inês


  Vive Inês com seu amor
  Entre jardins de ternura…
  De todas as cores, a cor
  Que maravilha a ventura!

  Linda Inês posta em sossego
  Numa margem do Mondego!

  Mas mais forte que o amor
  São as razões deste Estado!
  Temendo novo valor
  A perigar nosso agrado…

  Em causa a hierarquia
  Noite posta em cada dia!

  Inquieto está o Rei
  Seus vassalos e seu povo…
  Razões de Estado, que sei?
  Este caso não é novo!

  E no Mondego espelhada
  A sentença lhe foi dada!

  Algozes chegam armados
  Num tropel de guerra aberta,
  trazem elmos bronzeados
  Assassinos pela certa!

  Cuidado Inês vais morrer,
  Mais vale do que sofrer!

  Face àqueles carniceiros
  Diz Inês "Não tendes pena?
  Meu amor é dos primeiros
  No palco da melhor cena!"

  Recusa qualquer degredo,
  Não trairá o seu Pedro!

  "Como podeis, gente bruta,
  abeirar-vos de opróbrio
  contra este amor que exulta,
  porque tendes tanto ódio?

  Doidos carrascos, só tendes
  vis corações de duendes!

  "Inês, Inês, é a hora
  de volver à tua Espanha,
  vai-te daqui para fora,
  foge da nossa sanha!"

  Contesta assim um carrasco,
  O chefe de tanto asco!

  Morre Inês e deixa órfãos!
  Vive Pedro na revolta!
  Empedram-se-lhe os órgãos!
  As mágoas são sua escolta!

  Aguarda que morra o Rei
  Para impor a sua lei…

  Ditou Pedro lei severa:
  Quem a matou era cão!
  E com sua mão de fera
  Arrancou-lhe o coração!

  O Mondego de contente
  Vitoriou toda a gente!

  Nunca houve neste mundo
  Amor tão forte e fiel,
  Amor-contraste no fundo
  Da raiva cheia de fel!

  Uva madura na vinha,
  Viu-se Inês feita Rainha!

  Inês, Inês foi Rainha
  Neste Reino Lusitano!
  Era o amor que continha
  A sina do desengano!

  Pedro foi o vingador,
  Mondego o rio de amor!