Receio que as palavras não digam tudo
que sejam o sinal do surdo-mudo
que não tenham a força do vulcão
propulsão dum foguetão ou astronave...
Receio que finde a força do entrudo
do grito que se extingue ao meio dia
do dia mais extenso de Verão...
vem amor, vem na bela forma de ave...
Vem, amor, vem, que iremos de barco à vela
ou nave espacial ou caravela
às estrelas mais distantes raiadas
e daremos canções por terminadas...
Que não digam tudo as palavras
é o meu receio, amor, por isso vem,
vem misturar-te à canção que criaste
no meu coração, harmónio do além...
Harmónio do além, harmónio soando
a um coração dolente, feliz
por ter amado tanto, tão intenso
amor, que só no céu é flor de lis !
É flor de lis, amor, flor do brasão
lá no céu argentado, projectado
que foi o sonho lindo da canção
que uniu o harmónio ao coração !
Sem comentários:
Enviar um comentário