Capitão almirante bravo
sem enjoo antigamente
no tubo sarfando em frente
sal agora em todo o lado
Tudo encolheu nesta terra
da afamada aventura,
minguou chão e altura,
mar é tubo onde ele erra
Ah, poeta d' antanho presente
minguou nosso horizonte
- o que foi mar agora é fonte
poesia e a voz da gente!
Tubo curvo como a água
curvo saído cristal
terra agreste ao lado sal
um não sei quê duma mágoa
Ah, vate velho sina boa
navegante do mar sonhado...
ó, epopeia que deu brado
vento à bolina que voa!
Pra onde vamos neste mar
Onde navegamos capitão?
Deixa a mágoa coração
procura outro linguajar!
Que da língua não se perca
esse império longínquo
sonha um prenúncio e um vinco
ao sarfar o mar que cerca
Vamos no redondo da onda
projectados ao mar do longe
cara de santo ou de monge
e é esta ambição que sonda
Teremos um novo destino
capitães do mar do longe
esta língua que se esconde
numa igreja com sino.
Sem comentários:
Enviar um comentário