BEM-VINDOS

Obrigado pela sua chegada; não se esqueça que é de AMOR AGAPIANO* que essencialmento poeto, também erótico quando a propósito de algumas circunstâncias episódicas nas mais diversas proporções. Como estou avança(n)do no tempo, não se escandalize, porque o que é preciso erradicar do Mundo é o preconceito secular, topo onde está preponderantemente a regressão da Humanidade neste percurso da condição humana, nem sempre adequada ao futurecer* do Homem, albergado corporalmente neste Planeta, sem saber com precisão, na generalidade, onde está a sua/nossa Alma. [ Obs. os astericos* assinalam dois neologismos da nossa Língua ].

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quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Um Cálice do Vinho do Porto - Daniel Cristal


Um cálice de vinho celebra a vida
E trapaça a morte pela embriaguez!
Somos dois num só nessa taça erguida
E se juntarmos Baco então somos três.

Bebendo mais um cálice somos tetra:
eu, tu e o vinho, talvez mais o Baco;
o terceiro aquece e o quarto não peca!
Pra ti fica sempre o melhor naco...

Com um cálice de vinho não há morte
porque aqui Belzebu perde a frescura
- teu odor de mosto é o que me calha em sorte
e junta meu néctar à tua candura.

Ofereces-me o leito, a espuma e a lua
na dança que seguimos da concertina;
a noite é felina, e tu estás nua,
e é fina a canção que nos ilumina...

Mais vinho no cálice faz arder a alma;
despe já as parras que estorvam a palma
- Não pares, amor, chupa o mel da colmeia
até que o sangue sorva a Lua cheia...

Com mais vinho no copo ficas ígnea
e haverá mais tesão e frenesim;
é mel lambido na boca benigna
na forma de bolinho, creme ou pudim...

Ai, amor, que tens a boca sem manhas
que exalas o aroma mais fresco do mundo
e me dás as entranhas e as artimanhas
o esplendor da trapaça é gozo rotundo!

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