Escrevo no caderno do meu tempo
Versos que o Inverno não esfria;
Eles são o gesto terno, que está dentro
De algo muito interno, e extasia...
Vêm da fímbria sensível desta alma
Que busca a razão no coração,
E são da nossa mão, a sua palma,
A palma aberta da minha-tua mão.
E que pedem os versos na abertura?
Pedem o teu conforto redobrado,
Pedem que Deus te dê toda a ventura...
E quando um dia tiveres de amargar
A peçonha do mal que anda à solta,
Dá-lhe a volta por cima, que se solta!
1 comentário:
Estes versos de Daniel Cristal, burilados com metáforas em que a significação natural de uma palavra é substituída por outra, por virtude de relação de contigüidade, para quem as lê, depende sempre de vários fatores culturais do observador-leitor, principalmente do e no meio em que ele vive. A decodificação do receptor, pode não ter a mesma interpretação de quem a emitiu. E, raramente, a tem. Mesmo os irmãos, ou seja os filhos parecidos fisicamente, podem (e normalmente acontece) decifrar códigos lingüísticos de maneiras diferente, porque suas experiências de vidas, são únicas e intransferíveis nem são contagiosas. A poesia é plural, multifacetada, plussignificativa. Por conseguinte, a maneira de decifrar o que se observa ou perscruta, é diferente em cada ser humano! Este é o enigma e a essência da poesia do Mestre. Veste o seu verso, pois que ele serve a todos os tamanhos. E despe-o quando quiseres: alguma coisa em ti foi transformada. Ainda que ninguém se aperceba na confusão da correria existencial duma veste despida, há mais um traço na tua ação que te distingue. Tanto pode ser tudo como nada. Mas nada fica igual.
PARABÉNS AO GRANDE MESTRE DANIEL CRISTAL
Efigênia Coutinho
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