No pano que eu bordo, vês as tintas
que coloram a vida, coisas que eu
não vejo, mas almejo por que sintas
o que eu pinto na música de Orfeu.
Por que escolho o verde, eu não sei,
e se ele vira rubro, também não!
Até parece a corte sem o rei
e os vassalos dançando num salão...
Não é preciso o rei, nem presidente,
nem poeta pra bordar o sentimento;
o próprio mundo o faz no seu presente...
Se alguém deixar a mão aberta ao vento,
todo o movimento se lhe agarra
a bordar qualquer tela sem amarra.
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