BEM-VINDOS

Obrigado pela sua chegada; não se esqueça que é de AMOR AGAPIANO* que essencialmento poeto, também erótico quando a propósito de algumas circunstâncias episódicas nas mais diversas proporções. Como estou avança(n)do no tempo, não se escandalize, porque o que é preciso erradicar do Mundo é o preconceito secular, topo onde está preponderantemente a regressão da Humanidade neste percurso da condição humana, nem sempre adequada ao futurecer* do Homem, albergado corporalmente neste Planeta, sem saber com precisão, na generalidade, onde está a sua/nossa Alma. [ Obs. os astericos* assinalam dois neologismos da nossa Língua ].

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sexta-feira, 10 de abril de 2009

3 Sonetos para a Páscoa - Agnus Dei (2)


Ampara-me no acto que aleija,
neste, nesse ou noutro passo incerto.
Ampara-me na vida e fica perto
quando a alma já não sabe o que almeja.

Não te afastes de mim, mantém a Luz,
mantém a crença viva sem parar...
Corra eu no meu rio, ou no teu mar,
garante o direito de ser a quem tem jus.

Oferece a palavra a quem a lavra,
não deixes que abalroem esta senda,
porque o erro aconselha a sua emenda...

Ajuda-me a amansar a gente brava;
essa gente que nunca encontrou
a via, onde feliz, me (a)firmo e vou.

quinta-feira, 9 de abril de 2009

3 Sonetos para a Páscoa - Agnus Dei (1)


Estão à minha espera os arcanjos
num céu muito estelar, sorrindo sempre;
lêem-me como a virgem no altar
com as damas que cuidam do rebanho.

Quando escrevo, escuto sons de banjos,
uma ou outra lira benquerente,
a voz de várias divas a amar,
pedindo mansidão pelo seu anho.

"Agnus Dei" assim crente, em ti me cerro,
anho mais céu que terra, sem pecado,
tirai a imperfeição que nos sobeja!

A tua mão me proteja quando erro,
corrige-me na crença este meu fado,
ampara-me no acto quando aleija.

quarta-feira, 8 de abril de 2009

Gesto Constante - Daniel Cristal


Não há gesto a perder   mas a ganhar
Trabalho com o afinco   do oleiro
que limpa as impurezas   do seu barro
 
Trabalho a olhar pra dentro    prazenteiro
O que está fora morre   Não o agarro
E em função da Beleza   me abeiro
 
Faço o que faz o grão   a fermentar
Da mão me sai o Amor   bem   por inteiro
Neste constante gesto   a semear

terça-feira, 7 de abril de 2009

RirAmar - Daniel Cristal

 
Riremos dos nossos jeitos imperfeitos
riremos dos seus efeitos desastrados
da tua languidez serena antes dos feitos
da minha energia e gostos facultados...
parecidos tolos rindo de sevícias:
do meu sono após a funda erupção
do torpor do modo findo das carícias
as quais trariam mais amor à emoção!


Quero a tua boca haurindo erogenias
não deixando o plexo fora dessa acção!
Queres comprazer secreta fantasia
que te ponha ao rubro e prenhe o coração!
Oh, que RirAmar depois da sinfonia!
Quanto cio gerado nestas sintonias
brindando-nos com delícias amplos dias?!


Ficamos tenazes, ternos e potentes
capazes de amar sem nunca mais parar...
Ficamos a ver auroras e poentes
no meio dos nossos êxtases sem par...
De toda a criação, seremos diferentes!
Nunca perderemos esta grã ternura!
O riso impede de sermos quaisquer doentes
sujeitos ao vil escárnio e à censura!

Rindo e rindo agora e sempre da loucura
não haverá macho fêmea distinguindo
este desempenho tão feito doçura...
Será a empatia crescente num modo lindo
nosso amor será pra sempre uma ternura
uma união eterna em cada instante findo
- o maior exemplo crido na demência
dos que andam perdidos longe desta essência.

segunda-feira, 6 de abril de 2009

Companheira - Daniel Cristal


Advieste na esperança do futuro
muito subtil na extrema confiança
de que a vida pode ser a dança
capaz de derrubar um duro muro.
 
Adoptaste os deuses que adoptei:
os nossos mortos-vivos, a mãe única,
o amuleto-rei sobre a túnica
pautando a regra justa ou a sua lei.
 
Foste no meio dos mitos, o meu mito,
mulher que me conteve na redoma,
onde vive alegre o teu genoma.
 
Nunca medi o amor... não tem medida!
Preenche sempre a parte da lacuna
como a areia móvel duma duna.

domingo, 5 de abril de 2009

Poesia Ecoante - Daniel Cristal


Se não fosse a luz intensa da Poesia
este vento feliz de encantamento
nada renovaria o mundo imundo
com guia sem lamento mas fecundo.

E o eco que transmite dia-a-dia
na Humanidade é a causa do que seja
Amor a sobejar nesta amargura 
que aqui é alegria em peleja pura...

Há quem ouça este eco neste tom
quem viva com atenção ao que o rodeia
e é na comunhão que sente esse retorno
pois o que é bom é a ideia sem estorno;

O estorno e a ganância do poder
a subjugação ao esperto que explora
é o que aprisiona numa norma
que no ser se deita fora e o informa.

sábado, 4 de abril de 2009

Miragem Colorida - Daniel Cristal


É a colorida miragem no deserto
quando se está sequioso e carente,
uma miragem que abençoa a agonia,
mas não é mais que isso, muito perto.

Não vale a pena confundir o que confunde
porque confundido está quem se confunde;
é como ir na baixa-mar ao seu destino,
ir e velejar e nunca mais voltar...

E por mais que digam que o sonho é bom,
e todos estão ao nosso alcance,
nem todos são assim, e também morrem
por neles vermos só aquilo que queremos.

E porque são miragem, brilham no deslumbre,
mas, a realidade é outra, outra tal e qual
por mais que a queiramos colorida,
ela fixa, a exaurir, a nossa vida.

sexta-feira, 3 de abril de 2009

O Ser - Daniel Cristal


Ninguém alguma vez, ousou dizer:
a terra é velha; velho é o sal...
Dado que a essência é intemporal
e não há melhor bem que assim ser.
 
Em tempo algum alguém ousou dizer:
é velho o universo ou sua mente,
e se alguém o ousou não era gente
mas algum renegado do que é ser.
 
O ser não acaba hoje, não tem fim
nem teve início, faz parte do eterno
conjunto que tem a alma por afim.
 
Chamar velho ao homem ou à mulher
é falta de decência e de saber,
a ignorância da essência do seu ser.

quinta-feira, 2 de abril de 2009

A Poesia é um Templo - Daniel Cristal


Entro no sagrado Templo com a alma
alegre e feliz por ser a salvação
da contradição; por ser esta amálgama
em que ómega e alfa são uma união;
alegre e feliz eu entro em efusão.

Feliz é o estado simples que me habita
da alma ao coração: o estado mais querido
em que o que se quer, nos é oferecido.
Alegre porque é o impulso duma vida
que festeja o facto belo, o mais sentido.

A Poesia é um Templo nu, sem ornamento;
é o alimento único ao sustento
dum sedimento que anula o sofrimento
do ser, do fingir, do agir, com o unguento
que transforma em paz o íntimo violento... 

Entro no sagrado Templo com a paz
do Amor, promovendo a festa da existência
numa dependência simples, como faz
o coro da Igreja única, essência,
mãe e virgem santa, pura benquerença.

A Poesia perfuma a vida, colora o ser,
musica a alegria, cativa a alma aberta,
seduz todo o Bem que envolve o crer e o parecer,
amalgama todo o Amor na gama certa,
substitui o mal do ser por grande festa

quarta-feira, 1 de abril de 2009

Este Momento - Daniel Cristal


Este momento pode ser o evento
que recusa o lamento... Um novo vento
abrindo uma janela para a vida
e dentro dela ficar agradecida.

Este momento pode ser o início
da mudança futura, o fim do mundo
da amargura, o instante mais propício
para agarrar feliz o ser profundo.

É um acontecimento este momento...
E vai, porque eu quero, ser mais lento
Do que o agitado vento, que me invade...

Ele é o início rápido da mudança,
A certeza de que não há idade
Para tornar a vida numa dança.