BEM-VINDOS

Obrigado pela sua chegada; não se esqueça que é de AMOR AGAPIANO* que essencialmento poeto, também erótico quando a propósito de algumas circunstâncias episódicas nas mais diversas proporções. Como estou avança(n)do no tempo, não se escandalize, porque o que é preciso erradicar do Mundo é o preconceito secular, topo onde está preponderantemente a regressão da Humanidade neste percurso da condição humana, nem sempre adequada ao futurecer* do Homem, albergado corporalmente neste Planeta, sem saber com precisão, na generalidade, onde está a sua/nossa Alma. [ Obs. os astericos* assinalam dois neologismos da nossa Língua ].

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segunda-feira, 16 de julho de 2012


HÁ UM FIO DIVINO
Daniel Cristal

Há um fio divino a atar a alma ao corpo
Nesta vida precária e peregrina
- Quantas vezes dizemos que é a sorte
Que ampara a duração da nossa vida!

Às vezes questionamos o destino
Revelado como é nesta existência
E somos assombrados por um hino
Que nos traz uma nova consciência

Somos hoje o que fomos no passado
- Que a amargura não prenda o percurso
Até ao fim do tempo programado!

E que a náusea inspire um outro curso
Ou renove a criação sem esta dor
Que é ver a fé morrer com certo horror…

2012

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domingo, 18 de março de 2012

VÍDEOS DO AUTOR

Relação de vídeos com poesias do autor. Pode parar o vídeo para ler os textos, ou apreciar melhor as imagens ilustrativas, clicando no sinal «stop» por baixo do mesmo, e pode ainda aumentar o volume de som no seu PC.
Link:    -    http://www.youtube.com/my_videos?feature=mhee


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sábado, 18 de fevereiro de 2012

SÓ COM PAIXÃO
Daniel Cristal

Quem quiser me dar a mão, atente bem:
Faço tudo nesta vida por paixão!
Sem paixão fico aqui sem essa alguém
E prefiro parar sem a sua mão!

Fico mudo e parado, sem paixão,
A ver outros passar no mesmo chão
Sem saber onde vão, nem por que vão.
Sem paixão não me arrastam, isso não!

Em vão, não vivo, não, sou surdo e mudo
A paixão faz-me ir ao fim do mundo
É com paixão, sim, que transponho tudo!

Com paixão as distâncias do deserto
Ficam curtas, os cumes escalados,
O azimute obterá o rumo certo
E os mares novos serão bem desvendados!

O amor será rubro e empolgante
A arder pra sempre em nossa união,
Quem quiser ser mulher e boa amante,
Bailará o futuro com paixão!

Em vão, não vivo, não, sou surdo e mudo,
A paixão faz-me ir ao fim do mundo,
É com paixão, sim, que excedo tudo!

É desta arte que o pobre fica rico
E o ouro o dá porque lhe sobra,
Segredo guardado é onde me fico
À espera da mão que me faz obra!

Só com paixão aceito o teu segredo
Se ele não existir, não quero ir
Ao futuro destino belo e ledo
Sem esta fé maior no que há de vir!

Em vão, não vivo, não, sou surdo e mudo,
A paixão faz-me ir ao fim do mundo,
É com paixão, sim, que supero tudo!

domingo, 5 de fevereiro de 2012

Igreja de Boticas

Visitada numa romagem festiva em homenagem ao S.to Sebastião, num dia em que povo oferece a todos, nativos e forasteiros, um almoço cozinhado em panelas de ferro à volta de uma enorme fogueira. A Igreja é linda, e atrai devotos do lugar e doutras bandas, algumas distantes. Há lá mais aldeias que praticam também este costume secular. Os transmontanos são gente muito singular com qualidades excepcionais, e nesse dia, como em muitos dias do nosso passado, comprovámos a sua excelência humana. Não há dúvida que depois do Marão mandam os que lá estão. Obrigado botiquenses pela vossa hospitalidade e benquerença!

[Veja mais em:   
---» http://www.blogger.com/blogger.g?blogID=5466027083054090736&pli=1#editor/target=post;postID=1738066256000162197  

---» https://picasaweb.google.com/lh/photo/lMS3lncosYOHr1YfCoHn5tMTjNZETYmyPJy0liipFm0

---» http://seiaportugal.blogspot.com/2008/01/fotos-de-armando-figueiredo.html

terça-feira, 31 de janeiro de 2012

PABLO NERUDA

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012


(Pintura de MATISSE, Polinesia, The Sky)
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MENTRE C'E VITA
Daniel Cristal

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Sì, Vita, ma non sempre una speranza di danza
Perchè questa, ansiosi, sogniamo giorno e sera
Danza di mani, inclini, di fede, in abbondanza
Nella ruota di gioia al suono di un' armonia leggera.
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Speriamo per lei, lui entrambi in quest' invito
Senza speranza certa che questa sera venga
Poichè giorno si fa, presto, senza tutto il rito
Esser figlio di Dio senz'aver nessun c' accolga.
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Certo, mentre c'è vita, muoiono i più grandi
Zii e persone care, degli amici i più allegri
Muoiono le illusioni e gli animali amandi.
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Però, morte tutte le illusioni, eternamente
Cercheremo ancora altri miraggi, altri sogni,
Invocando speranza: questa danza, eternamente.
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«Enquanto hà vida» di Daniel Cristal - adattamento di Chiara Sinopoli

http://www.youtube.com/watch?v=6aKVG6qm1QE

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

De Trem Até Belém



Também sim vou nesse trem
vamos assim até Belém
feliz de mim de ti também
Feliz o trem tange tlim-tlim
vamos tão bem até ao fim
convido alguém e a ti também
Tange tlimtlim apita o trem
vem o menino e sua mãe
vamos enfim até Belém
Lindo trem tange tlim-tlim
E diz amém ao benjamim
É pra Belém até ao fim
Ri o menino e ri o trem
vai na bolina como ninguém
tange tlim-tim até Belém
A mãe ri e eu também
o benjamim sorri até Belém
ri o trem e eu também

Ri o menino e diz tlim-tlim
e lá no fim sai esse alguém
e sai a mãe e eu também.



quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

LABIRINTO INSTANTÂNEO


Solitário caminhante, agapianamente acompanhado pelo envolvimento da plenitude universal, respiro fundo a maresia cheio de iodo. Estendes-me o tapete tecido de prata, um manto de linho que ainda freme a roca do tear, e eu te saúdo ó mar! Como está abençoado o dia! Beija-me os pés no convite ao êxtase e na resposta ao teu apelo. Em ti me alongo, nado de felicidade. com a sensação do risco de ser levado pela forte corrente. Queres-me levar contigo? Para onde, não sei! Para o sargaço? Para o rochedo escorregadio? Ou para Finisterra? Para o fim da Terra como se fosse o fim do mundo... Hei-de ir, mas não agora! Vivo no planeta do lóbulo direito do meu cérebro. Sendo feliz porque nele vivo e existo. Imploro que não faças outro apelo com o teu murmúrio. O movimento que vivencio é o do lago que me espelha. Onda perdida, o vento quieta-se na montanha e no seu arvoredo. Há cisnes que não vejo, mas visualizo na imagem do silêncio... É a felicidade retida no assombro que não mais sai dele pra que a inquietação não mais regresse. Um dia futuro rirás de mim e eu de ti lado a lado, cumprindo-se o ritual: de ti vim e a mim regressarás. Aliás, e também o inverso, o verso e o anverso, na eternidade levar-nos-ás a lugar nenhum.

Daniel Cristal

quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Matar Saudades



Elas lá vão as moças da minha terra
vão alegres, ajustam os quadris,
trazem lindos sorrisos, são gentis,
falam sempre de amor e não de guerra.

Lá vão como jangada em rio brando,
sabem que qualquer porto é seguro,
se for preciso saltam qualquer muro,
lá vão e depois voltam vozeando.

Vêm contentes rindo estridentes,
acompanhadas vêm, as moças belas
dos moços mais esbeltos, moços delas,
que só pra eles mostram os seus dentes.

Desfiam eles as novas lá de casa,
dão colorido à vida que é madrasta,
qu' estar com elas isso não lhes basta,
criar um lar isso, sim, é golpe de asa.

É um contentamento que as desvia,
às vezes por atalhos escondidos,
onde caem e perdem os sentidos,
desejando que o golpe lhes sorria.

Daniel Cristal

28.10.2005
Portugal

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

ANSIEDADE CONTIGO



Onde estás, meu leão... estarás nessa praia,
Que doira de amor, à espera de mim?
Estou sim, ó tigrina, eu estou nesta praia
Deserta de ti, num anseio sem fim!

Mas não sei como ir, há montes de vento,
Eu ardo de febre, tenho fome de ti!
Mirro de sede, minha tigrina, estou ao relento
Meu amor, não demores, na onda que ergui!

Estás à espera de mim, não sei como ir,
Enlouqueço de anseio, ó grande felino!
Na praia me mirro, ó doce tigrina,
Não sei porque morro, anda me ensina!

Eu quero ser tua, eu quero amar-te,
Com urgência, leão, amanhã será tarde...
Não esperes mais, eu quero ser teu,
Vem na estrela cadente, ou no sopro d'Orfeu!

Eu vou nesta Lua, ou nesta oração,
Quero ir e beijar o teu coração...
Estás tardando em chegar, na aurora polar, 
Não demores, tigrina, já tremo no mar!

Aí vou meu leão, meu sonho de jade,
qual estrela de verde na nossa união!
Não demores, tigrina, que tenho vontade 
De bem te sorver na escuridão!

Dez/2001