Regressa ao ninho a gaivota perdida,
Perdeu o seu rumo, perdeu-se no mar...
Definho de amor, a alma pungida,
E não há meio de a ver chegar.
Desejo que a lua ma traga de volta,
Tenho receio de não mais a ver...
Peço aos anjos pra fazerem escolta,
Receio a tragédia, se suceder...
Ela me tarda, esgotam-se as horas,
A lua é um pico na vertical,
Faço um túnel preso a escoras
Para que regresse num pedestal.
Estou louco de amor, o choro me afoga,
Estou exausto, não a sinto por perto,
Pego no terço, meu bico a Deus roga
Para que lhe mostre o caminho certo...
O ninho está frio, a alva acontece,
Estou morrendo nesta vil solidão...
Permite, meu Deus, que por mais esta prece
Lhe possa beijar o seu coração!
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