Quando um amigo morre, a esquerda
do corpo lacrimeja, e a direita
festeja. Sensação esta bem estranha
de chorar-festejar, seja o que seja.
A morte está à esquerda, e a vida
à direita, e haja azar ou sorte,
o curso segue sempre com um fito:
recomeço de tudo noutra forma.
E se o que está à esquerda é pueril,
a dextra é tão eterna e vigorosa
que torna a natureza veranil ! *
É humano chorar poesia ou prosa,
mas não há qualquer perda numa morte;
há sim a esperança doutra sorte.
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