O meu nome é Armando, apelidado Figueiredo.
Com ele só prosando à sombra de algum vinhedo,
Ver-me-eis escrevendo.
Uso porém dois altérnimos, para exprimir o que sinto
Daniel é o mais terno, um hedonista retinto
Eugénio é o seu términos.
Términos de certo desgaste, Epicuro quase asceta,
Um Horácio quanto baste, quase estóico este poeta,
A limpidez do esteta.
Sua poesia corre o mundo, Angola, França e Argentina,
No Brasil é onde abundo, Portugal é minha sina
E aqui Pierrô e Columbina.
Desde adolescente que escrevo, fui formador de docentes...
Exilado em Londres e Paris, querrilheiro entre macondes,
No peito as armas de Avis.
Casei e procriei e dei amor. No Estado encontrei opositor,
Chacais perseguiram-me com dor, coagindo-me a ser outro condor,
Que ao verso dá a sua cor.
No Outono da vida e trapaceando-a, ao Verão retorno quando quero,
Sendo cada vez menos Armando e mais Eugénio, arcanjo vero,
E é nesta diversidade que sou uno.
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