BEM-VINDOS

Obrigado pela sua chegada; não se esqueça que é de AMOR AGAPIANO* que essencialmento poeto, também erótico quando a propósito de algumas circunstâncias episódicas nas mais diversas proporções. Como estou avança(n)do no tempo, não se escandalize, porque o que é preciso erradicar do Mundo é o preconceito secular, topo onde está preponderantemente a regressão da Humanidade neste percurso da condição humana, nem sempre adequada ao futurecer* do Homem, albergado corporalmente neste Planeta, sem saber com precisão, na generalidade, onde está a sua/nossa Alma. [ Obs. os astericos* assinalam dois neologismos da nossa Língua ].

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sábado, 18 de julho de 2009

A Benquerença - Daniel Cristal


É o local predilecto onde o melro
saúda a aurora na canção sonora
e transforma-se no amor do filadelfo
repartindo-o por esse mundo fora.
 
No sítio mais frondoso o melro canta
de modo a encher com o seu trino
os vales e as colinas, e agiganta
toda a harmonia alegre que defino.
 
Defino esse portal, defino o estado,
a atitude perene que jubila
a acção que nos transcende em todo o lado:
 
A Benquerença, acção que nos burila
e é nesse sítio alto que a poesia
poisa, e enche o coração de alegria.

terça-feira, 14 de julho de 2009

Um Brinde ao Amor - Daniel Cristal


Com uma taça de vinho, ofereço-te, amor, 
A luxúria do mundo na fúria -frescura, 
Esta que se perpetua no teu esplendor, 
haja ou não Lua, estejas ou não nua! 

É nosso destino despirmos a parra 
E dançarmos ao som da concertina; 
Esta vai ser a nossa melhor farra, 
Chega p'ra cá tua cintura tão fina! 

Levo-te ao Sol na cadência do Amor 
No tom da cantiga com a taça erguida, 
Cheiras a mel da mais bela colmeia 

A tua boca -rubi esvai-me o calor 
Pincelo com ouro o teu gozo da vida 
Somos um para o outro a melhor ceia... 

domingo, 12 de julho de 2009

A Mão Aberta - Daniel Cristal


No pano que eu bordo, vês as tintas
que coloram a vida, coisas que eu
não vejo, mas almejo por que sintas
o que eu pinto na música de Orfeu.

Por que escolho o verde, eu não sei,
e se ele vira rubro, também não!
Até parece a corte sem o rei
e os vassalos dançando num salão...

Não é preciso o rei, nem presidente,
nem poeta pra bordar o sentimento;
o próprio mundo o faz no seu presente...

Se alguém deixar a mão aberta ao vento,
todo o movimento se lhe agarra
a bordar qualquer tela sem amarra. 

sábado, 11 de julho de 2009

Este Fogo - Daniel Cristal


Pega um pouco deste fogo matinal
para que o dia te fique iluminado,
e pela noite dentro seja o brilho
que nunca mais te deixa tropeçado.

Não custa mais que um gesto este fogo:
um gesto que não custa mesmo nada,
um gesto que nos deixa agradecido
a Deus por ficar bem ao nosso lado.

E faz o mesmo que eu faço com o outro,
que de ti se abeira numa ânsia;
repete sim o gesto com constância;

Porque se assim for feito, toda a gente
ficará esta noite, iluminada,
sem a ânsia de nova madrugada.

sexta-feira, 10 de julho de 2009

Um dia - Daniel Cristal


Um dia regressarás no esplendor
da raiz duma árvore centenária
mariposa celeste multicor
mulher do meu fascínio deusa vária

Deusa variegada porque cega
na cor na luz na voz na sua nudez
mulher virgem impura na entrega
mulher a unificar duma só vez

Una e vária impura sendo ave
do dia mais perfeito a aurora
de toda a criação sua candura

Virás - um dia - veloz na voz suave
capaz de premer aqui e agora
o motivo de ser que nos apura.

quinta-feira, 9 de julho de 2009

Não Estamos Sós - Daniel Cristal


Nunca ninguém cantou a sorte horrenda
Duma criança morta pela fome;
Nem se lembrou da sorte que fermenta
Em quem nos pede pão porque não come.

Nunca ninguém cuidou do homem preso
Por ideais humanos solidários,
Porque ser fraterno é grande peso
Que incomoda os nossos vícios vários.

Nunca ninguém pensou que após a morte
Podemos reincarnar na indigência
E ter que suportar uma igual sorte...

É hora de pensar com consciência:
Pensar em toda a gente, não em nós
Porque, no mundo, não estamos sós.

terça-feira, 7 de julho de 2009

Minha Prece - Daniel Cristal


Senhor dos meus pensamentos
Deus dos meus descobrimentos
Dos meus achados anímicos
Dos meus trabalhos alquímicos

Senhor Deus de todo o lado
Divino e humanizado
Presente no nosso Reino
E com quem a alma eu treino

Dai-me força p'ra vencer
E para futurecer
O meu sonho do Futuro
N' alegria que eu auguro

Dai-me força pra perdoar
Os que não sabem amar
E a fé para arredar
Quem só sabe difamar

Domina-me a tentação
De magoar o coração
Livrando-me daquele Mal
Que te matou afinal.

domingo, 5 de julho de 2009

Alheamento - Daniel Cristal


Não traz música nem um simples tom
que nos ponha alvoroçados nesta vida
não traz um simples cheiro de alfazema
nem o dom à investida do diadema

Não traz luz e ela me falta na escuridão
não traz o amor nem a dança da alegria
não traz o frenesim da viagem que redime
nem a emoção do novo dia sublime

Murmura apenas uma alma amargurada
sem a via do Futuro que alumia

E eu aguardo um sinal que seja decifrável
um gesto minúsculo a visão do milagre
um toque de magia a alucinação concreta
a porção viável que consagre o ser poeta.

sábado, 4 de julho de 2009

Cambio Veloz - Daniel Cristal


El ritmo del cambio es muy veloz
mas veloz, en esta era, que antes,
y hay señales de esperanza en la voz
que no acoge enanos, mas si gigantes.

No cito gigantes corporales,
pero gente con el alma muy bella,
lista a dar ternura a sus semejantes
y capaz de ayudar a quien apela.

A quien apela a quien mucho precisa
de una ayuda pronta en un accidente
que por azar turbo a su vida.

Cito , y vuelvo a citar, la buena gente
que da en este momento su mano
y hace del ser carente su hermano.


Traducido por Cristina Aceves Colibrí

Mudança Veloz - Daniel Cristal


O ritmo da mudança é veloz,
mais veloz, nesta era, do que dantes,
e há sinais de esperança nessa voz
que não acolhe anões, mas sim gigantes.

Não cito os gigantes corporais,
mas gente com a alma muito bela,
pronta a dar ternura por demais
e capaz de ajudar a quem apela...

A quem apela, a quem muito precisa
duma ajuda premente no acidente
que por azar turvou a sua vida.

Cito, e volto a citar, a boa gente
que dá neste momento a sua mão
e faz do ser carente o seu irmão.